05/12/2017
Fazendo a feira
No último final de semana, fui com uns amigos na feira de pequenos produtores realizada todo primeiro sábado do mês na Cámara Agraria de la Comunidade de Madrid. O lugar é, basicamente, uma perdição! Tem produtos orgânicos de horta (legumes e verduras), queijos, azeitonas, azeites de mil tipos, pães, doces, massas frescas, licores, cervejas, vinhos… (Me lembra um pouco a feira de orgânicos do Parque da Água Branca, em São Paulo, que frequentei bastante em 2014. Saudade daquele café da manhã… Alguém sabe se a feira ainda existe?)
Tenho sempre que me controlar para não sair com uma coisa de cada e nunca me arrependo do que consigo levar para casa. A feira dá oportunidade de conversar com quem produz, saber mais sobre as mercadorias, tirar dúvidas de como preparar – apesar do espanhol ter fama de rabugento, no geral todo mundo me pareceu simpático por lá.
Logo na entrada, há uma barraquinha que vende fichas para degustação de vinho (3 degustações + a taça por € 2) e de tapas, os petiscos espanhóis (3 tapas por € 3). Na edição deste sábado, as opções de comida eram tortilla (tipo de omelete com batata) e mini hambúrguer, que estava bem gostoso.
Comprar do pequeno produtor pode não ser o mais barato, mas é mais saudável, mais saboroso e ainda contribui com o meio ambiente e com a economia de um jeito mais bacana.
Fichas para degustação de vinho e comidinhas dão um ar de quermesse. (A taça é para levar para casa!)
Ravioli de massa verde com recheio de queijo manchego e aspargos trigueiros (€ 5), da Pasta Fresca, foi o jantar do domingo. Dois minutos na água quente e, para servir, um fio de azeite da Ole un Olé! (€ 9,50) – saborizado com trufas brancas. Madre mía! – e queijo de ovelha ralado (pedaço generoso por € 5), da Peña Rubia.
Dos vegetais, acabei arriscando o romanesco (€ 2,50), um tipo de brócolis alienígena que, no lugar das arvorezinhas comuns, tem mini pinheiros. Depois conto se é fácil fazer.
Para fechar, me dei de presente um licor de turrón (doce natalino de amêndoas), de € 9,50, do Alambique de Santa Marta. A bebida é basicamente a mistura do Baileys com o Frangélico (!!!). Entendedores entenderão.
Día de Mercado (aberto todo primeiro sábado do mês, exceto em janeiro)
Cámara Agraria de la Comunidade de Madrid
Paseo de la Puerta del Ángel, 4
Recinto ferial Casa de Campo, Madrid (ESP)
www.camaraagraria.org
08/02/2013
Uma decisão e dois presentes
Sabe quando a gente tem aquelas ideias que parecem incríveis, mas, quando vai colocá-las em prática, percebe que nem eram tão boas assim? Então, uma delas foi a minha decisão de tentar recuperar o tempo perdido (sem internet) nas férias escrevendo posts em ordem cronológica, postados em datas “fake” de dezembro, para não ficarem distantes de quando realmente aconteceram.
Deu certo por uns tempos, mas o material bruto era extenso e eu não consegui seguir o ritmo de escrita previsto. Resultado: o blog ficou desatualizado, tanto no calendário real como no “paralelo”, e os assuntos novos que pipocam todos os dias estão se acumulando ou ficando desatualizados.
Enfim, como a vantagem de ter um blog é criar e subverter regras quando a gente bem entende, voltei parcialmente atrás da minha decisão. Vou recomeçar a atualizar o Órfã a partir de hoje, porém, mantendo os novos posts da viagem (sim, ainda faltam vários!) com datas antigas. Portanto, quem quiser saber mais das aventuras gastronômicas por terras andinas, vai ter que procurar os textos de antes do Yellow Submarine. Bem-vindos à minha bagunça!
Da terra da rainha
Um dos posts que estava pendente era sobre dois presentes que ganhei no fim do ano. O Yellow Submarine para fazer chás era um desejo antigo e veio acompanhado de uma caixinha artesanal – existem presentes mais carinhosos do que os feitos à mão? Coincidentemente, outra amiga me trouxe um jogo de latinhas com chá de Londres, onde ela viu os Jogos Olímpicos. Tinha como haver sincronicidade maior?
:. Special thanks às amigas Taís C. P. e Elaine C.
16/12/2012
Sobre os doces
Como adiantei, a comida não foi a melhor parte de nossa viagem, mas, os doces eram particularmente desinteressantes – acho que só perdiam para as bebidas sem gelo. O primeiro sorvete que tomei foi um de chicha morada (suco de milho roxo), da marca D’Onofrio, que é a representante da Nestlé no Peru e Bolívia.
Apesar da criatividade do sabor, o picolé tinha gosto de bala/chiclete. Minha segunda tentativa foi com um sorvete com casca de chocolate, que também não convenceu. Dos de massa, acabei não tomando. Os bolos eram curiosos, pareciam vestidos de festas de 15 anos dos anos 80, cheios de chantilis coloridos e arabescos, porém não cheguei a provar.
Nossa sobremesa mais frenquente eram os chocolates, em especial o “Triangulo” (mesclado, ao leite ou de capuccino) e o “Sublime” (ao leite, branco ou com amendoins). Os preços eram baratos, entre R$ 1 e R$ 2 e eram encontrados em todos os lugares. Não havia muita opção de chocolate nacional em ambos os países; ou vendiam um desses da D’Onofrio ou os importados como Snickers e Kit Kat.
Também gostei do costume de tomar pipoca doce com iogurte no café da manhã. A textura é diferente, sem parecer pipoca estourada, como que uma versão de derreter na boca daquelas meios borrachudas da infância.
Para finalizar, a recordação mais doce que levo dessa viagem (trocadilho!) foi a bolacha Oreo, da Nabisco, que vendia em todos os lugares, em práticos pacotes com quatro unidades. Nos idos anos 90, a Oreo era uma das minha bolachas favoritas da adolescência ao lado da Chocolícia, mas saiu de linha no Brasil e eu fiquei órfã – não, não adianta falar que é parecida com a Negresco! Andávamos sempre com pacotinhos na mochila e ainda trouxe na mala alguns para matar a saudade.
Nota: uma opção bem popular de doce eram as gelatinas e flans vendidas em copos, que também não provei. Ver foto.
:. Escrito em 03/mar. Mais sobre a viagem aqui.
(Fotos: Paula R. + reprodução daqui)
04/12/2012
Chá de coca
Depois de nossa passagem-relâmpago por Lima, viajamos para Cusco, que fica a mais de 3.400 m de altura e posso afirmar: jogador de futebol que diz que perdeu para a altitude não está mentindo. Os efeitos do chamado “soroche” variam de pessoa para pessoa, incluindo vômito, dor de cabeça, cansaço, tontura, diarreia, falta de ar, entre outros.
As farmácias anunciavam um remédio que combateria o mal-estar (“pill of soroche”), mas nós nos precavemos com a clássica folha de coca (Erythroxylum coca). Para os desavisados, a folha não é entorpecente – há uma série de processos químicos até chegar à droga. A folha atua como vasodilatador e, além dos males da altitude, ajuda a combater dores de cabeça e cólicas.
Começávamos o dia com o chá de coca, levávamos caramelos de coca na bolsa e, na Bolívia, apelamos para as folhas in natura – versão um pouco incômoda, pois é preciso mascar um bocado generoso, que fica guardado na bochecha. Com isso, passamos quase ilesos aos problemas gerais, tirando o cansaço para subir e descer escadas, que parecia inevitável.
O chá acabou se tornando nossa bebida de café da manhã, uma vez que só havia a opção de café instantâneo e, raramente, um leite em pó bem sem graça. Para acompanhar, sempre havia ovos mexidos, um pãozinho redondo leve – que também deveria ser à base de água, mas não tinha nada a ver com o francês – geleia de morango, manteiga e uma pipoca doce para ser consumida com iogurte. Um pingado e um filão com frios entraram para a lista das “coisas que sentimos falta” durante a viagem.
:. O chá da foto foi servido pelo pessoal do Casa Elena, quando chegamos. Hotelzinho recomendadíssimo!
:. Escrito em 30/dez. Mais sobre a viagem aqui.
(Foto: Paula R.)
29/07/2012
Açúcar demerara
A dieta restritiva* tem me feito descobrir receitas e produtos que nunca tinham me chamado a atenção. Como a regra geral me impede de consumir industrializados, adoçantes e açúcar refinado também entraram na dança, o que me levou a consumir, finalmente, o mascavo da cooperativa Grande Sertão, que ganhei no assentamento do alto de Minas.
Os doces de banana que fiz ficaram incríveis, mas os chás e sucos acabam com o sabor um pouco alterado por conta do gosto de rapadura característico. Com o tempo, a gente se acostuma, é claro.
Outro dia estava viajando e, como não ando com um punhado de açúcar mascavo na bolsa, resolvi dar um pulo no mercado e encontrei esse tal de açúcar demerara. Não sabia examente do que se tratava, mas os dizeres “livre de aditivos” me convenceram a comprar. O produto parece ser um estágio entre o mascavo e o cristal e tem a vantagem de não adulterar o sabor original dos alimentos.
Segundo li por aí, o mascavo é o açúcar bruto, extraído depois do cozimento do caldo de cana, e não é refinado, conservando o cálcio, o ferro e os sais mineirais. Enquanto o demerara passa por um refinamento leve, mas não recebe nenhum aditivo químico, o que mantém seus valores nutricionais altos, parecidos com os do mascavo.
O demerara que comprei é da União, linha Naturale, e vi que há também opção da Native, que ainda é orgânico.
> Confira as definições de diversos açúcares (cristal, de confeiteiro, orgânico…) nessa matéria da Mundo Estranho.
*Sobre a dieta antialérgica: aqui e aqui.
(Foto: reprodução do site da União)
11/06/2012
Momento “Eu quero!”
Almofadas com estampa dos chicletes Marukawa, um clássico da Liberdade. À venda na FTC Shop.
Linha completa inspirada na paçoquinha Amor, da Tok & Stok. Quem quiser deve aproveitar, pois essas coleções costumam ter tempo limitado.
11/04/2012
Provando a Gastromotiva
No comecinho de 2010, quando conheci a Gastromotiva por ser vencedora da 1ª edição do Prêmio Empreendedor Social de Futuro, não imaginava que nossos caminhos se cruzariam mais de dois anos depois. O mundo deu suas voltas e essa semana tive a oportunidade de provar alguns petiscos produzidos por eles num evento no meu trabalho.
Tinha focaccia com sal grosso e alecrim e pão integral de aveia para comer com patê de três queijos, salpicão de frango ou geleia. Tudo estava bem gostoso, suave. Até o pão pita ganhou novo status com manteiga clarificada, limão siciliano e alecrim. Amei!
Também fiquei surpresa com o que hortelã triturado pode fazer com uma salada de frutas picadas bem miudinhas. Mas o meu item favorito foi a geleia de maracujá com pimenta – e olha que estou na categoria “dente de leite” no quesito pimentas. Cada ingrediente neutralizava as características mais marcantes do outro num resultado pra lá de interessante, nem ácido, nem enjoativo, nem ardido.
Acredito que a geleia e os pães podem ser comprados pelos contatos abaixo, mas o forte da Gastromotiva é formar jovens de baixa renda em profissionais da área de cozinha, além de funcionar como incubadora de negócios de empresas gastronômicas. Entenda um pouco mais no site www.gastromotiva.org.
Serviço:
Gastromotiva
Rua Aurélia, 1785 A
Vila Romana – São Paulo-SP
Tel.: (11) 2924-0300
(Fotos: reprodução do site)
09/04/2012
Post atrasado
Acaba de passar o feriado mais chocolateiro do ano e só agora consigo um tempinho para falar da Chocolândia. Mea culpa! Fui na unidade do Ipiranga da rede que é especializada em chocolates, mas também tem uma seção de supermercado, de matéria-prima para doceiras e de guloseimas em atacado.
Fiz minhas compras de Páscoa por lá e economizei de R$ 8 a R$ 12 nos ovos e caixas de Ferrero Roche. Sem contar a infinidade de cestas, embalagens, coelhos, que deixam a gente meio enlouquecida. Além do chocolate, saí com caixas de chicletes, paçoquinha, enfim, um verdadeiro atentado a qualquer dieta.
Pelo que vi no site, eles também dão cursos de culinária.
Serviço:
Chocolândia*
Rua Silva Bueno, 2040
Ipiranga – São Paulo-SP
Tel.: (11) 2889-7600
www.chocolandia.com.br
*Há também unidades na Lapa, Santo Amaro, Tatuapé e Santo André.
:. Dica da Taís C.P.
15/02/2012
Para marmanjos de TPM
Esse é o calendário mais criativo que vi nos últimos anos. Na verdade, ele é um mero detalhe da caixa que vem com 12 latinhas recheadas de bombons inspirados nas personalidades das pin ups que ilustram as embalagens. No total, são 3 kg de chocolate.
As pinturas foram feitas a partir de fotos com modelos, produzidas para representar arquétipos femininos (do imaginário masculino) – há a enfermeira, a professora, a inocente e por aí vai. O projeto Chocolates with Attitude é dinamarquês e foi desenvolvido pela Brandhouse e Bessermachen DesignStudio, com receita da Konnerup e ilustrações de Niels Ditlev. Preço e formas de comprar não descobri.
> Mais detalhes (bem detalhados) aqui: www.chocolateswithattitude.dk.